A psoríase é uma doença autoimune crônica da pele que causa inflamação cutânea, com espessamento, vermelhidão, e comumente descamação na superfície da pele, com a formação de escamas secas esbranquiçadas ou prateadas. Muito importante é entender que ela não é uma infecção e não é contagiosa!

Sintomas

Os sintomas variam de pessoa para pessoa e dependem muito do tipo de psoríase que o paciente possui. As áreas onde a doença acontece podem ser tão pequenas quanto algumas escamas discretas no couro cabeludo ou cotovelo, ou cobrir a maior parte do corpo.

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Manchas vermelhas, elevadas e inflamadas da pele;
  • Escamas prateadas ou esbranquiçadas ou placas maiores nessas manchas vermelhas;
  • Pele seca que pode rachar e sangrar;
  • Dor ao redor das manchas;
  • Sensação de coceira e queimação ao redor das manchas;
  • Alterações nas unhas que costumam ser grossas, com vários pontinhos em cima dela (como se tivessem marcado com uma agulha), descoladas do leito da unha (elas meio que soltam do leito ungueal).
  • Articulações doloridas e inchadas.

Nem todas as pessoas terão todos esses sintomas, e algumas podem apresentar sintomas totalmente diferentes se tiverem um tipo menos comum de psoríase.

A maioria dos pacientes com a doença passa por períodos de melhora e de piora da doença (ela é cíclica). A condição pode causar sintomas graves por alguns dias ou semanas e, em seguida, desaparecer e ser quase imperceptível. Uma característica comum é a piora das lesões da pele depois de um gatilho (estresse, infecções, uso de medicamentos).

Quando você não tem sinais ativos da doença, pode estar em remissão. Isso não significa que a psoríase não vai voltar, mas por enquanto você não tem sintomas e a doença não está causando danos ao seu corpo.

A psoríase não é contagiosa. Um paciente com a doença não pode transmiti-la para outras pessoas. Tocar uma lesão psoriática também não fará com que você desenvolva a doença.

Tipos

Psoríase em placas – a psoríase em placas é o tipo mais comum da doença, representando cerca de 80% dos casos de pessoas com a condição. Manchas vermelhas e inflamadas são os sintomas mais comuns da doença. Essas manchas costumam ser cobertas por escamas ou placas prateadas-esbranquiçadas, que são comumente encontradas nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo. 

Psoríase gutata – comum na infância e jovens adultos, este tipo de psoríase causa várias pequenas manchas rosadas. Os locais mais comuns de psoríase gutata incluem tronco, braços e pernas. Ela costuma ocorrer após uma infecção recente por estreptococo (que causa dor de garganta).

Psoríase pustulosa – A psoríase pustulosa pode ser uma das formas mais graves da psoríase, podendo até mesmo ser ameaçadora a vida. Ela se desenvolve de uma forma bem rápida, causando várias pústulas (bolhas bem pequenas e cheia de pus – semelhante ao que acontece com espinha). Ela pode ser acompanhada de febre e alterações nos exames de sangue.

Psoríase inversa – ela ocorre em locais difíceis de ver como axilas, na dobra embaixo dos seios, na virilha ou ao redor das dobras cutâneas nas genitais. Pode ser confundida com infecção fúngica e outras dermatites.

Psoríase eritrodérmica – rara e grave, a psoríase eritrodérmica geralmente cobre grandes partes do corpo de uma única vez. A pele quase parece queimada de sol e as escamas que se desenvolvem frequentemente se desprendem em grandes folhas. Não é incomum que uma pessoa com esse tipo de psoríase tenha febre ou fique muito doente. Podendo ser fatal, a psoríase eritrodérmica precisa ser tratada de maneira rápida. É muito comum infecção associada e distúrbios de perda de eletrólitos. 

Causas

Os especialistas não sabem ao certo o que causa a psoríase. No entanto, graças a décadas de pesquisa, eles têm uma ideia geral de que os principais fatores envolvidos são: a genética, o sistema imunológico e fatores ambientais.

Sistema Imunológico – A psoríase é uma doença autoimune. Isso quer dizer que ela é o resultado de um funcionamento defeituoso do sistema imune. Na pele de quem tem psoríase ocorre uma alteração na epiderme (camada mais superficial da pele). As células do sistema imune entram na pele e fazem com que essa epiderme cresça muito rapidamente e então essas células da epiderme param de se desprenderem adequadamente (um processo natural que ocorre continuamente no nosso corpo é essa eliminação das células da epiderme que morreram). Isso causa o espessamento da pele e a formação de escamas (são aquelas células mortas da epiderme que não se desprenderam como deveriam). 

Genética – Algumas pessoas herdam genes que as tornam mais propensas a desenvolver psoríase. Se você tiver um familiar próximo com a doença de pele, o risco de que você venha a desenvolver a enfermidade é maior. Vários genes foram identificados que tornam as pessoas mais suscetíveis à psoríase, mas não há nenhum teste genético que possa dizer com certeza se um indivíduo desenvolverá a doença.

Fatores Ambientais – Alguns fatores do ambiente podem fazer com que uma pessoa já com predisposição genética desenvolva psoríase ou pode também fazer com que os sintomas piorem. Entre eles os mais comuns são: infecções, consumo de álcool e medicamentos (ex. beta-bloqueadores, lítio e medicamentos antimaláricos). Além disso o tabagismo pode aumentar o risco e a gravidade da psoríase.

Diagnóstico 

Os exames necessários para diagnosticar a psoríase são dois e feitos em conjunto:

Exame físico: a maioria dos médicos consegue fazer um diagnóstico com o exame físico. Os sintomas da psoríase são equivalentes e relativamente fáceis de distinguir de outras condições que podem apresentar sintomas semelhantes. 

Biopsia: se os sintomas não forem claros ou se o médico quiser confirmar a suspeita de diagnóstico, ele pode retirar uma pequena amostra da pele. Este procedimento é chamado de biópsia. 

Fatores gatilhos para a psoríase

Gatilhos externos podem piorar a psoríase. Os mais comuns são:

  1. Estresse;
  2. Álcool;
  3. Ferimentos;
  4. Remédios;
  5. Infecções.

Tratamento

A psoríase não tem cura. Os tratamentos visam controlar a inflamação e melhorar o aspecto das lesões na pele, além de regular o sistema imunológico. O tratamento depende da gravidade da doença, do tipo de psoríase, das comorbidades que o paciente apresenta e da resposta a tratamentos prévios. É muito comum associarmos mais de um tipo de tratamento (tópico e sistêmico)

O tratamento tópico é realizado com cremes e pomadas aplicados diretamente na pele para reduzir sintomas de psoríase leve ou moderada; os medicamentos sistêmicos tratam pessoas com a doença moderada e grave, sendo feito na forma de comprimidos ou injetáveis (tratamento imunobiológico). Pode ser feito também a fototerapia que consiste na consiste na exposição da pele à luz ultravioleta de forma consistente e com supervisão médica.

A vida com psoríase pode ser desafiadora, mas com a abordagem certa, o paciente pode reduzir os danos e viver uma vida saudável e gratificante. Perder peso e manter uma dieta saudável podem ajudar muito a aliviar e reduzir os sintomas, bem como limitar o estresse e o consumo de álcool. 

Psoríase e Artrite

Cerca de 30% das pessoas com psoríase irão desenvolver a artrite psoriática. Este tipo de artrite causa inchaço, dor e inflamação nas articulações afetadas, levando a destruição articular e deformidades. 

O mais comum é ter primeiro a lesão de pele por alguns anos antes de iniciar o quadro articular. Cerca de 15% a artrite aparece primeiro que a pele e em 15% a artrite aparece ao mesmo tempo que a psoríase. A artrite psoríatica pode vir associada com dor na coluna lombar devido ao acometimento de uma região chamada sacroilíacas e também pode vir associada com episódios de entesites recorrentes (ex. dor no calcanhar por inflamação do tendão de aquiles). Ela faz parte do grupo que conhecemos como “espondiloartrites”.

Os tratamentos para a artrite psoriática podem aliviar os sintomas, reduzir a inflamação, evitar o dano e melhorar a mobilidade articular. Um diagnóstico precoce e um plano de tratamento podem reduzir a probabilidade de complicações graves, incluindo deformidades e sequelas nas articulações.